O mal-estar nas Instituições, hoje

- relatório para o bate papo devolutivo da pesquisa –

 

 

Marco Aurélio Fernandez Velloso

 

São Paulo - 2017


 

 

Sumário

O mal-estar nas Instituições, hoje. 1

A programação deste bate papo. 3

O questionário: recursos utilizados, estrutura, forma de divulgação e interesse do público alvo. 5

Análise dos dados obtidos e seus achados 7

Pergunta 1. 7

Pergunta 2. 8

Pergunta 3. 10

Pergunta 4. 12

Pergunta 5. 14

Pergunta 6. 16

Pergunta 7. 18

Pergunta 8. 19

Pergunta 9. 20

Pergunta 10. 21

Conclusões 23

Anexo I Modelo de questionário utilizado. 25

 


O mal-estar nas Instituições, hoje

Para quem, como nós, acompanhamos o cotidiano das pessoas nos ambientes institucionais, é incontestável reconhecer a deterioração acelerada da qualidade de suas vidas nos últimos anos, com reflexos significativos em sua própria saúde mental.

Essa deterioração – é forçoso reconhecer – resulta, em grande parte, de uma degradação significativa e generalizada, em nível planetário, na qualidade dos vínculos institucionais, o que significa que as próprias instituições estão adoecendo, apresentando um conjunto de sintomas que, em última análise, apontam para a perda em sua eficiência e produtividade, na dimensão micro social, e na crescente descrença no funcionamento das instâncias políticas, econômicas e sociais das sociedades democráticas, de um ponto de vista mais geral.

A obtenção sustentável, a longo prazo, de bons resultados em termos de produtividade institucional, está diretamente relacionada à capacidade que as instituições demonstrem de criar, tanto em seu ambiente interno — principalmente nas relações com seus colaboradores –, quanto no ambiente externo – nas relações com clientes, fornecedores, investidores, administração pública e a própria comunidade –, um clima de credibilidade que alicerce vínculos confiáveis, solidários, previsíveis e legítimos.

Do mesmo modo, as sociedades e as nações, de uma perspectiva mais ampla, nunca, como hoje, dependeram tanto da credibilidade de seus integrantes na legitimidade e equidade dos institutos que regem seu funcionamento.

Na medida em que tais características parecem se tornar tão raras no contexto atual, instala-se o núcleo psicopatogênico que, progressivamente, corrói a trama vincular, conduzindo a processos cada vez mais entrópicos que impactam tanto a solidariedade e a coesão sociais, na dimensão macro social, quanto a  produtividade, do ponto de vista micro social, e as pessoas que interagem nestes ambientes, provocando a manifestação de padecimentos de natureza psíquica, mais ou menos graves, de uma forma generalizada.

É esse crescimento agudo da carga social de sofrimento psíquico, no plano individual e no coletivo, que a contragosto observamos, que provocou nosso interesse pelo tema.

A esse quadro tão difundido nos tempos atuais, demos o nome de Mal-estar nas Instituições, hoje.

Em torno desse tema estamos desenvolvendo uma programação variada, visando ampliar perspectivas, estruturar instrumentos teóricos que incrementem nosso arsenal de técnicas de intervenção, enriquecer nossa escuta clínica no atendimento de indivíduos, grupos e famílias e abrir o leque de alternativas para, em última análise, reduzir os enormes danos que se disseminam por toda parte no mundo contemporâneo.

É nesse contexto que se insere a enquete que divulgamos através de nosso site na Internet cujos achados pretendemos compartilhar no bate papo de hoje.


A programação deste bate papo

 

O mal-estar nas Instituições, hoje
- bate papo devolutivo da pesquisa -


sábado, 10/06/2017, das 9h00 às 12h30
com transmissão ao vivo no
canal YouTube do InterPsic

A devolutiva

 

Desdobrando o tema que estamos abordando - O Mal-Estar nas Instituições, hoje - propusemos um questionário no seguinte endereço: survey/main.html.

As respostas que obtivemos merecem ser divulgadas e debatidas.

É isso que faremos no sábado 10/06/2017, no horário de 9h00 às 12h30, com a seguinte programação:

09h00: Café receptivo.

09h30: Apresentação da pesquisa e seus resultados.

10h30: Bate papo com os participantes (aberto a chat pelo YouTube) sobre os achados.

12h30: Término da atividade.

 

A quem se dirige

 

  • Aos visitantes de nossa página e destinatários de nossas mensagens que responderam à pesquisa
  • Aos profissionais que atendem pessoas que sofrem com o mal-estar institucional
    (psicólogos, psicanalistas, administradores, coaches, gestores de quaisquer áreas, etc.).
  • A gestores comprometidos com a governança institucional.
  • A profissionais envolvidos nas atividades de coordenação de produção e gestão de processos.
  • A profissionais da área de humanas, envolvidos ou não com a gestão de recursos humanos em instituições.

Coordenação


Coordenadores:
Marco Aurélio F. Velloso

Filósofo, administrador, psicólogo, psicanalista e analista institucional.
Desenvolve atividades de consultoria institucional há mais de 40 anos.
Tradutor para o português da obra fundamental de Pichon Rivière, o criador dos grupos operativos, O Processo Grupal (*).
Coautor da biografia intitulada A operatividade da psicanálise vivida por Enrique José Pichon-Rivière (**).

Nilton Regis Filomeno
Psicólogo, especialista em grupos operativos e em instituições do terceiro setor.
Integra a equipe de coordenação do InterPsic.

(*) PICHON RIVIÈRE, E. O Processo Grupal. Série Psicologia e Pedagogia. Trad. Marco Aurélio Fernandez Velloso; Maria Stela Gonçalves. São Paulo: Martins Fontes, 1983.

(**) VELLOSO, M. MEIRELES, M. A operatividade da psicanálise vivida por Enrique José Pichon-Rivière. São Paulo: Velloso Digital, 2014


O questionário: recursos utilizados, estrutura, forma de divulgação e interesse do público alvo

Para a implementação da pesquisa, dados os nossos limites de investimento, valemo-nos dos recursos gratuitos oferecidos pelo site Survey Monkey[1], que permite a elaboração de questionário com o máximo de 10 quesitos. Dentro dos limites disponíveis, sacrificamos a investigação de dados de caracterização mais aprofundada da amostra pesquisada, renunciando à introdução de variáveis tais como idade, sexo e status sócio econômico. No entanto, introduzimos a variável relacionada ao tipo de vínculo institucional do respondente, o que nos permitiu conhecer que nossa amostra se distribuiu uniformemente entre pessoas que trabalham em instituições e profissionais autônomos. O formulário utilizado consta do Anexo I.

Quanto à divulgação da pesquisa, valemo-nos, em parte, dos recursos oferecidos pelo sistema digital de mail marketing do MailChimp[2], complementado por nossos próprios recursos de distribuição de mailings. Inserimos o formulário de pesquisa em nosso site, possibilitando, dessa forma, mais amplitude de acesso ao mesmo, seja pelo link direto constante nas mensagens, seja pelo acesso possibilitado através da tela inicial de nossa página na Internet.

A listagem de endereços utilizada está composta por emails de contatos de pessoas com as quais interagimos há muitos anos assim como pelos endereços eletrônicos de nossas conexões através do Linkedin[3]. Fizemos doze remessas de mailings a partir de 10 de março de 2017, começando com um universo total de 18.792 destinatários – reduzidos, no presente momento, a 15.566, em função de exclusão de endereços errados, extintos ou descadastrados. A taxa de abertura dessas mensagens variou de um máximo de 21,1% (3.102 em numero absolutos) a 7,9% (1.150 em números absolutos). No conteúdo, as mensagens divulgavam atividades promovidas pelo InterPsic nestes meses, em conjunto com a solicitação de participação na pesquisa.

No total, obtivemos 45 respostas ao questionário, representando 0,24% do universo máximo de destinatários alvo de nossas mensagens (18.792), 1,45% do maior número de mensagens lidas (3.102) e 3,91% do menor número de aberturas (1.150). Podemos considerar, portanto, que o interesse pela pesquisa foi significativo.


Análise dos dados obtidos
e seus achados

Apresentaremos, a seguir, os quadros estatísticos das informações coletadas, seguidas de breves comentários.

Pergunta 1.


Como já referimos, os respondentes se distribuíram em duas metades, compostas por profissionais que trabalham em instituições e por profissionais autônomos.

Este fato permite uma generalização de nossas análises, dispensando a consideração do tipo de vínculo institucional dos respondentes.

Do total de 43 respostas obtidas neste item, 24 respondentes se identificaram, número que nos parece significativo do ponto de vista da confiança depositada na nossa proposta de investigação.

Pergunta 2.

A prevalência das respostas atribuindo muita importância ao tema não é de surpreender, já que a disposição dos respondentes à participação na pesquisa com esse título já implica em valoração da questão proposta. Por isso, o que de fato surpreende é a manifestação de 3 respondentes atribuindo mediana importância ao tema.

Os comentários feitos livremente pelos participantes são significativos.


 

Os que consideraram o tema como muito importante contribuíram da seguinte forma:

·        Causador de problemas psíquicos e desequilíbrios mentais.

·        Várias situações nos retratam diretamente ao tema e na maioria das vezes não temos nem com quem conversar a respeito

·        Estamos vivendo profundas transformações na sociedade e continuamos 'gerindo' as empresas e instituições com o paradigma de um século atrás: o Comando & Controle inspirado na máquina a vapor!

·        O mal-estar dói, corroí, não explicito e muitas vezes é encarado como um problema individual.

·        As instituições em geral são causadoras de inúmeros problemas que afetam a saúde física e mental das pessoas que dela fazem parte direta ou indiretamente, portanto, precisam ser repensadas

·        Trabalhamos bastante e o clima dentro da instituição tem que ser no mínimo aceitável.

·        O narcisismo institucional (como poderia dizer Erich Fromm) está destruindo a reflexão séria sobre a psicanálise e tergiversa os dispositivos fundamentais da clínica.

·        A pressão por resultados, as equipes muito enxutas que geram excesso de trabalho, o assedio moral, lideranças mal preparadas levam ao mal-estar nas instituições.

·        O Brasil e o Mundo estão vivendo uma época marcada pelo mal-estar institucional.

·        As instituições vivem um momento de perplexidade. Com a bagunça política e econômica, perderam a noção de propósito que um dia talvez tenham tido.

·        O ambiente de trabalho é muito mais importante do que bons salários e há mais produtividade na qualidade dos serviços

·        Falta de respeito entre eles e alguns querem executar leis outros não querem

·        Compreender o mal-estar, nos dá condições de delinear uma prática consistente e compreender melhor o que ocorre em nosso entorno

·        Trabalhei por quase 30 anos em universidades e vivenciei vários tipos de climas institucionais e suas consequencias nefastas

·        As pessoas não produzem com qualidade e dedicação por estarem tristes e desmotivadas.

·        O mal-estar é uma falha administrativa

·        Utilizamos tecnologia de ponta, mas, falhamos no relacionamento interpessoal

·        As instituições estão adoecidas

·        Estamos em uma terrível crise moral e ética. Até quando vamos aguentar?

Dois dos respondentes que consideraram o tema como medianamente importante não fizeram qualquer comentário adicional. No entanto, um deles fez constar o seguinte:

·        O mal-estar é generalizado. Depois que li 'Sapiens' (Harari, L&PM) fica tudo mais claro e parece que não há mesmo saída, tem algo aí no nosso DNA que determina tanta coisa...

De todo modo podemos concluir que a quase totalidade dos participantes validam nossa proposição do tema “Mal-estar nas Instituições, hoje” como merecedor de consideração e estudo.


 

Pergunta 3.

Este, provavelmente, é o quesito mais intrigante desta pesquisa.

Na medida em que possibilitava múltiplas respostas, fez com que as mesmas se dispersassem de um modo muito interessante pelas diversas alternativas propostas, o que nos permite avançar algumas hipóteses a respeito das causas subjacentes desta dispersão.

As duas opções que mereceram maior número de escolhas são a segunda e a quarta acima listadas, a saber:

·        Convivo com pessoas que estão tendo muitas dificuldades em seu trabalho (52,38% - 22 opções)

·        Atendo profissionalmente pessoas que sofrem com o mal-estar em suas instituições (45,24% - 19 opções)

Estas respostas contrastam com as duas outras alternativas disponíveis, a saber:

·        Trabalho numa instituição onde o clima não é saudável (23,81% - 10 opções)

·        Sou responsável pela gestão de recursos humanos ou governança institucional (14,29% - 6 opções)

A maior concentração nas duas alternativas apontadas mais acima em detrimento das outras duas agora postas em evidência nos faz pensar no aparecimento da resistência ao mal-estar institucional, através do recurso a um mecanismo de deslocamento. Parece difícil para as pessoas assumirem para si próprias as consequências incômodas das manifestações presentes na dinâmica institucional deteriorada. É preferível atribuir o constrangimento ao outro, ou eximir-se de um papel mais ativo na condução dos processos institucionais.

É óbvio que esta interpretação não pode ser radicalizada, já que há que reconhecer que existirão outras e boas razões para a sustentação das respostas dadas, mas não é de se desprezar a ideia de que, dado o desconforto causado pelo mal-estar institucional, é preferível afastá-lo para mais longe. Como observava Pichon-Rivière em seu artigo sobre as inundações, como mecanismo de defesa é preferível pensar que a enchente subirá somente até à casa do vizinho.

Dos oito comentários feitos sobre este item, somente dois se ativeram ao conteúdo propriamente dito da relação dos respondentes com o mal-estar institucional:

·        Como coach atendo pessoas com muitas dificuldades na vida organizacional.

·        Minha relação com o tema é íntima, pessoal mesmo. Estou fora das relações de trabalho.

Todas as demais foram referências de identificação dos respondentes que solicitavam mais informações a respeito de nossas atividades de consultoria institucional.

O número de respostas à opção que solicitava mais informações sobre consultoria institucional (16,67% – 7) também merece ser ressaltado. Como veremos também em outros quesitos da pesquisa, um dado relevante resultante de nossa investigação é o do déficit de informação que circula no ambiente a respeito das alternativas de intervenção corretiva no contexto das redes de vínculos institucionais.

Este dado evidencia que nós, analistas e consultores institucionais, ainda não encontramos a forma e a linguagem adequadas para transmitirmos às pessoas a natureza, as singularidades e o potencial de nosso trabalho.

Este tema também merece ser abordado neste nosso bate papo. Gostaríamos de ouvir suas dúvidas, seus questionamentos e suas recomendações, dispondo-nos a oferecer-lhes, da melhor forma que nos for possível, não só a escuta atenta, mas, também, com a maior clareza possível, informações sólidas a respeito de nossa atividade profissional.

 

Pergunta 4.

Este quesito, assim como os quatro dos outros que se seguem, de certo modo complementam e confirmam as considerações que fizemos ao analisar o item anterior.

Quando questionados quanto às demandas pessoais em relação às principais linhas de atuação oferecidas pelo InterPsic, ressaltando-se, mais uma vez, a possibilidade oferecida de múltiplas escolhas, as opções dos respondentes se concentraram nas duas primeiras alternativas: a participação em seminários (as Experiências Acumulativas por nós promovidas) e os grupos de supervisão foram as duas opções que, em conjunto, mereceram a maciça preferência dos respondentes.

As demandas parecem direcionadas fortemente para a possibilidade de aquisição de informação e conhecimento, em primeiro lugar, seguida pelo oportunidade de troca de ideias e de enriquecimento no intercâmbio com outras pessoas.

Os comentários incluídos nas respostas permitem confirmar esta interpretação:

·        A Supervisão é muito importante, pois nos ajuda anos situar adequadamente diante dos problemas.

·        Entendo que a troca de conhecimentos, experiências e linhas de abordagem, condução/intervenção de 'trabalho' é fundamental para a evolução de um arcabouço de conhecimento para promover a adequação, adaptação efetiva e autônoma das organizações ao seu contexto e dimâmica.

·        Temas como: Psicopatas nas organizações, ansiedade e outros me interessam.

·        Trabalho com pessoas com graves sofrimentos psíquicos no serviço público numa conjuntura muito complexa e eu preciso me decidir por outros caminhos.

·        Sou psicanalista e por vezes tenho clientes com problemas nas instituições.

·        Hoje mesmo, pela manhã, estive no Congresso da Bett Brasil Educar, em Sampa.

·        Já participo.

·        Minha demanda é de pensar e ler, não tenho interesse em dividir esse mal-estar.

·        Não tenho interesse especifico.

·        Nenhuma das alternativas.

Intencionalmente, ordenamos as manifestações dos respondentes acima registradas entre dois polos: no início da relação acima, estão as afirmações que sugerem uma demanda mais direcionada à aquisição de conhecimento. No outro polo, agrupamos as que comunicam maior distanciamento da explicitação de qualquer demanda.

É forte o distanciamento das pessoas na busca de auxílio para suas próprias dificuldades. Aqui, novamente, aparece, ao mesmo tempo, não só a resistência à aproximação da dor causada pelas condições psíquicas insalubres nas instituições da atualidade, como também a dificuldade nossa, enquanto profissionais, de comunicarmos, com maior adequação e clareza, os recursos que somos capazes de disponibilizar.

Uma consideração, aqui, é relevante: é fundamental encontrar o tipo de comunicação mais apropriado para facilitar a ultrapassagem, pelas pessoas, das dificuldades para solicitar ajuda. A expressão do pedido de ajuda é o ponto de apoio da alavanca de nosso trabalho.

É interessante também notar que a demanda relacionada à avaliação quanto à contratação de consultoria institucional recebeu a preferência de uma parcela importante dos respondentes.

Novamente, agora do ponto de vista dos espaços coletivos, se manifestam, imbricadas indissoluvelmente como o são, resistência à busca de auxílio e incapacidade de melhor comunicação de nossa parte.

Mais uma vez queremos ouvi-los.

Pergunta 5.

A introdução deste quesito na pesquisa se deveu à nossa dúvida quanto à melhor adequação de dias e horários na promoção de Experiências Acumulativas.

As respostas obtidas nos fazem acreditar, de uma lado, que é melhor continuar a oferecer esses seminários em dias de sexta-feira e sábado.

Fica claro, também, que o aproveitamento dos chamados “feriados enforcados” para a realização de atividades desta natureza é totalmente fora de propósito.

De todo modo é certo que é impossível satisfazer a todos no que tange a este ponto.

As observações de caráter pessoal introduzidas pelos respondentes também não contribuíram para um melhor esclarecimento da questão.

Elas se espargem em conteúdos de naturezas diversas, como se pode ver:

·        Tenho interesse, mas por conta da natureza da minha atuação profissional dentro da instituição, só encontro disponibilidade para tal encontro numa segunda à noite ou numa sexta também à noite.

·        Aprendizado, conhecer outras e novas 'percepções' e pontos de vista do atual contexto e sua dinâmica e respectivas abordagens.

·        Não tenho interesse.

·        Não tenho muita disponibilidade no momento.

·        Já participo nesta instituição.

·        Como eu disse acima, minha demanda é pessoal, íntima.


 

Pergunta 6.

Quem tem alguma proximidade com as questões relacionadas à coordenação de grupos conhece a particular dificuldade apresentada pela atração de participantes e adequação da condições mínimas necessárias ao funcionamento de um grupo.

Foi por essa razão que introduzimos este quesito em nossa pesquisa, na medida em que estamos nos propondo a organizar um grupo de supervisão.

A consideração das respostas obtidas no levou a alterar dia e hora de encontro do grupo que estamos tentando organizar: de quarta-feira pela manhã, consideramos mais adequado propor a segunda-feira após o expediente.

Novamente, trata-se de um dilema insolúvel, já que não haverá solução que atenda a todas as necessidades.

As observações feitas pelos respondentes, também não contribuíram para a superação do dilema, como se pode ver a seguir:

·        Não me encontro habilitado para supervisionar, quem quer que seja sobre tal assunto.

·        Não tenho interesse de grupos.

·        Não tenho interesse.

·        Não.

O primeiro comentário, no entanto, nos alerta, novamente, para a dificuldade em divulgarmos informações a respeito de nossas atividades. É bastante razoável supor que, para um número significativo de pessoas, principalmente as que não têm proximidade com as práticas tradicionais adotadas por psicólogos, psicanalistas e alguns outros profissionais das ciências humanas e de saúde, o conceito de grupo de supervisão é totalmente opaco.

Mais uma vez, gostaríamos de ouvir a opinião de vocês sobre este ponto.


 

Pergunta 7.

Quanto a este quesito, a boa notícia foi o interesse majoritário manifestado pelos respondentes no sentido de obter mais informações a respeito de um Grupo de Aconselhamento.

Novamente, cabe a nós, do InterPsic, encontrar a melhor forma de comunicar esta proposta.

Das três respostas, a título de comentários, inseridas pelos respondentes, duas se traduziram na introdução do nome e dados de contato dos respondentes com interesse neste tipo de atividade.

A terceira, muito concisa e objetiva, se concretizou da seguinte forma:

·        Não tenho interesse.

Gostaríamos de obter sugestões de vocês quanto à melhor forma de transmitir informações a respeito desta proposta de atividade.


 

Pergunta 8.

Este quesito recebeu o maior número de manifestações negativas por parte dos respondentes.

Trata-se de um fato, de certo modo, paradoxal, já que, do ponto de vista concreto, atendemos um número relativamente importante de pessoas com este tipo de abordagem de aconselhamento individual.

A única inclusão de comentário neste item teve a mesma brevidade e objetividade daquela a que nos referimos no tópico anterior, ou seja:

·        Não tenho interesse.

Na opinião de vocês, quais seriam os motivos subjacentes a este tipo de rejeição tão predominante?


 

Pergunta 9.

Este é um quesito de fácil análise.

Os respondentes se dividiram, de novo, em dois grandes grupos, constituindo cada um deles, praticamente, numa metade das respostas obtidas.

Sob a forma de comentários, era solicitada a atribuição de uma nota para a qualidade informativa de nosso site. No intervalo entre 1 (Muito insatisfeito) e 5 (Muito satisfeito), a média obtida foi de 3,9.

Sabemos que nosso site necessita de profundas atualizações, já que foi inicialmente elaborado em 1997 e, desde então, sofreu poucas alterações.

Por isso, manifestamos nosso agradecimento pela benevolência da avaliação de nossos respondentes.

 


 

Pergunta 10.

Este quesito foi esclarecedor. Na verdade, situa nossos preços esto dentro dos parâmetros de mercado, apesar de três manifestações que os consideram muito caros e outras três que disseram estar abaixo desse padrão. A dificuldade reside na capacidade financeira das pessoas neste momento difícil da economia, o que nos leva à opção de parcelamento de pagamento.

As manifestações das pessoas foram as seguintes, no que tange a este tópico:

·        Já estou com uma parte do meu orçamento, fazendo um curso de qualificação profissional.

·        Estou sem disponibilidade financeira.

·        A crise bateu forte na porta das pequenas empresas como a minha.

·        Neste momento, não estou em condições de seguir estes preços.

·        Não tenho interesse.

·        Com restrições de orçamento.

·        Estou sem disponibilidade financeira no momento.

·        Acredito que os preços são baixos pelo valor oferecido; não tenho certeza se existe uma percepção clara desse valor.

·        Não sei dizer.

·        Não sei.

·        Não sei.

·        Sim.

·        Sim.


Conclusões

Parece-nos que este experimento foi exitoso e merece ser replicado, com o aprofundamento de outras questões que ainda permanecem em aberto.

Uma constatação e duas questões podem ser elencadas a título de conclusões.

A constatação é a de que o atual clima de mal-estar nas instituições se manifesta de forma bastante generalizada, causando intenso sofrimento em um grande número de pessoas.

Em si mesmo, este fato demanda e justifica todo esforço psicoprofilático, colocando em evidência, pelas suas características peculiares, as abordagens psicossociais e psico-institucionais.

É necessário, portanto, divulgar mais e desenvolver ainda mais nossos recursos de intervenção nas redes vinculares.

As duas questões que ressaltam são:

1 – A necessidade de reduzirmos as resistências presentes no espaço social e institucional para que as pessoas se aproximem mais facilmente dos recursos terapêuticos e psicoprofiláticos de que dispomos. Ainda que o sofrimento seja grande, é surpreendente observar esta dificuldade de formulação da demanda.

2 – O imperativo de desenvolvermos formas de comunicação que sejam capazes de romper o círculo fechado dos iniciados, de forma a facilitar a disseminação da informação. As pessoas têm o direito de acessar com maior facilidade o conhecimento que a psicologia social e a psicanálise operativa foram capazes de absorver no último século de seu desenvolvimento.

Há uma contribuição relevante que estas áreas da ciências estão a dever às pessoas e à sociedade.

Queremos ouvir suas sugestões a respeito de temas que mereçam ser mais investigados em experimentos futuros de pesquisa como a que agora encerramos.

Obrigado.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Anexo I
Modelo de questionário utilizado

 

 



 


 


 

 


 

 

 

 

 

 

 

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(dê preferência ao celular)



[1]             Para mais informações, consulte: https://pt.surveymonkey.com/mp/aboutus/

[2]             Para mais informações, consulte: https://mailchimp.com/about/

[3]             Para mais informações, consulte: https://pt.wikipedia.org/wiki/LinkedIn