Para
homenagear o
Prof. Antonio Rezk,
incluímos nesta página textos de alguns de seus
amigos e sua música preferida. Você pode inserir
sua própria mensagem que será registrada nesta página
e encaminhada também à família.
Clique
nos links para ler os textos de homenagem a Rezk de:
Os familiares, os amigos e as entidades abaixo:
IPSO - Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos
MHD - Movimento Humanismo e Democracia
UBE - União Brasileira de Escritores
IAP - Instituto Astrojildo Pereira
promoveram
Solenidade de
Homenagem Póstuma ao
Prof. Antonio Rezk
realizada na
Câmara Municipal de São Paulo
Auditório Prestes Maia
no dia
5/09/2005
às 19:00 hs
Visite
a Galeria de Vídeos
com a íntegra de palestras proferidas pelo
Prof. Antonio Rezk
durante seu curso no InterPsic
Conheça a biografia de
Antonio Rezk
Visite
o site do
MHD - Movimento Humanismo e Democracia
fundado por Antonio Rezk
Para ver
as mensagens
registradas em homenagem
ao Prof. Antonio Rezk,
Para incluir sua mensagem,
Marco Aurélio Velloso
diretor do InterPsic
Um mestre generoso, sereno, corajoso e brilhante
Existem
três condições básicas, ao meu
ver, que definem a personalidade de um líder: inteligência,
capacidade de indignação e generosidade. Rezk
preenchia, à saciedade, todas elas, complementando-as
com uma firmeza de caráter admirável, uma
consistência teórica cheia de brilhantismo
e uma serenidade afetuosa que conquistava amizades fortes,
isenta de sedução ou maneirismos fúteis.
Era um homem verdadeiro, e, por isso mesmo, um verdadeiro
HOMEM.
Marcou minha vida, ofereceu-me rumos num momento em que
me sentia muito desorientado diante da acelerada sucessão
de acontecimentos históricos que nos atropelavam.
Se há algo que lamento, na minha relação
com ele, é não tê-lo conhecido mais
cedo.
Por lhe ser profundamente grato, quero registrar aqui meu
depoimento sobre o percurso que me levou a ele.
Conheci
Antonio Rezk no final da década de oitenta, quando
ele promovia estimulantes reuniões mensais no salão
do sub-solo do restaurante A Toca, nas Perdizes, em São
Paulo.
Eram anos agitados aqueles, durante os quais a configuração
política, econômica e ideológica do
planeta estava se transformando rapidamente.
Nos
anos de 1985 a 1987 eu havia feito diversas viagens a Cuba,
como membro do Comitê Organizador do Encontro Latino-americano
de Psicologia Marxista e Psicanálise, o que me permitiu
observar de perto os paradoxos do socialismo real: de um
lado, a oferta efetivamente democrática de recursos
de educação e saúde, de outro lado,
a escassez de bens de consumo e o excessivo verticalismo
da gestão econômica. Esse excessivo verticalismo
e a ineficiência dele resultante ficou muito evidente
quando participei de uma reunião promovida pelo PNUD
com dirigentes de empresas industriais cubanas.
Em
1987, fiz questão de visitar também a União
Soviética, então governada por Mikhail Gorbatchev,
que, após as decisões adotadas pelo 27º
Congresso do Partido Comunista da URSS, realizado em 1986,
procurava implementar as políticas da glasnost (transparência)
e da perestroika (reestruturação econômica)
com o objetivo de introduzir uma profunda reforma no regime
comunista.
Suas afirmativas de que o sistema socialista, se quisesse
sobreviver, teria de ser capaz de oferecer à classe
proletária condições de vida à
altura de se apresentarem como uma alternativa plausível
e vantajosa, em termos de oferta de bens e serviços,
à sociedade de consumo capitalista e, mais ainda,
seu reconhecimento de que as condições concretas
de vida na sociedade soviética estavam longe de se
constituirem como uma proposta convidativa para os operários
que viviam no mundo capitalista, eram de uma obviedade escandalosa.
A
seqüência de acontecimentos foi ainda mais avassaladora:
prenunciado, entre outras, pela revolta do Sindicato Solidariedade
nas décadas de 70-80 e com a instalação
da ditadura de Jaruzelski em 1981, na Polônia, o desmoronamento
do socialismo real tornou-se irreversível com a queda
do muro de Berlim, em 1989, levando, finalmente, à
dissolução da União Soviética
em 1991-92. Na sucessão, muitos partidos comunistas
do ocidente se dissolveram, o ideário marxista virou
objeto de escárnio, as esquerdas, em todo o mundo,
se desnortearam completamente.
Foi
desse modo que se instalou uma profunda crise ideológica
em nossa geração: cada qual a seu modo, havíamos
pautado nossas vidas a partir de certas convicções
fundamentais, acreditávamos no advento de uma sociedade
socialista e comunista, experimentamos as mais diversas
formas de luta para tentar realizar nossos ideais, enfim,
entregamos nossas vidas, com maior ou menor intensidade,
correndo riscos e pagando preços altos no confronto
diário com a direita e seus braços de opressão.
Depois de tudo isso, invadia-nos um sentimento de luto,
o medo de termos corrido atrás de ilusões,
o amargo gosto de nos sentirmos traídos. Estávamos,
literalmente, existencialmente angustiados e desesperados.
O
mundo ocidental, por sua vez, passava por uma convulsão
não menos intestina. O impacto de novas tecnologias
de toda ordem, capitaneadas pela informática, pela
telemática e pela robótica, faziam emergir
um novo sistema de produção em âmbito
planetário, ao par da autonomização
cada vez maior dos capitais em relação aos
Estados Nacionais.
A
perestroika ocidental chamou-se re-engenharia, e o processo
de globalização extravasava em todas as direções
o que éramos capazes de conceber naquela época:
trazia promessas de uma enorme ampliação do
espaço de comunicação, inter-relação
e mesmo de acesso a recursos que poderiam potencializar
uma inimaginável realização das capacidades
humanas, mas introduzia um modo de dominação
muitas vezes mais perverso, disseminando desemprego e aumentando
a desigualdade.
A
História? Ora, bolas para a História: o capitalismo
é o fim da História, é o ápice
da Civilização Humana, alardeavam os arautos
dos imperialistas e conservadores.
Foi
carregando este angustiado estado de espírito que
encontrei Antonio Rezk, ali, no porão da Toca, sereno,
lúcido, convicto de que os princípios do materialismo
histórico e dialético eram a chave indispensável
para a análise dos acontecimentos históricos
que presenciávamos.
Mostrava-nos
que, ao contrário de estarmos derrotados, estávamos
assistindo aos desdobramentos do capitalismo tardio, assinalava
as contradições presentes e suas conseqüências
inevitáveis. Anunciava a Civilização
do Não-Trabalho, a libertação dos homens
da escravidão do trabalho indigno e embrutecedor
e o surgimento das condições precursoras de
uma era de realização inimaginável
das potencialidades humanas. Clamava pela necessidade de
um novo humanismo, da articulação de novas
formas de luta, da valorização real da democracia,
da necessidade de uma profunda revisão do pensamento
marxista, da necessidade de fundação de uma
esquerda consistente e competente para enfrentar os desafios
do século XXI.
Nos
porões da Toca discutíamos intensamente os
fatos e as questões gravíssimas por eles implicadas,
sob a liderança serena de Rezk, que havia fundado
o MHD – Movimento Humanismo e Democracia.
Confesso
que aqueles momentos, para mim, equivaleram à descoberta
de um verdadeiro oásis: neste processo, comecei a
entender melhor a realidade que nos envolvia, e descobri
na pessoa de Rezk a figura de um homem que, dentro da mais
legítima tradição materialista histórica
e dialética, insistia em pensar o mundo e a humanidade
com a marca da esperança e do otimismo, sem jamais
desesperar da possibilidade da construção
de uma nova civilização. Esse era seu traço
inconfundível de humanismo dialético.
Ficou
claro, para mim, que o capitalismo tardio trazia, em seu
bojo, um projeto genocida, que não hesitaria em exterminar
dois terços da população terrestre.
Nesta época, também, cunhei a expressão
"Civilização da Anomia", a que Rezk,
mais tarde, tantas vezes se referiu, para designar o processo
de transição civilizatória a que estávamos
condenados na travessia histórica das próximas
décadas.
A
questão que Rezk colocava, com toda a razão,
era a de que, apesar de tudo, uma nova Civilização,
muito mais humana, estava a caminho, e que nosso papel de
intelectuais nesse momento histórico era o de investigar
as alternativas para a realização dessa proposta.
Era uma guerra entre bárbaros e civilizadores, diante
da qual sua convicção inabalável era
a de que a Civilização e a Humanidade, ao
final, venceriam.
Foi
nesta época que publicou "A Revolução
do Homem", que permanece em todos nós como texto
de referência para o início dessa investigação.
Alguns
anos mais tarde, sentindo que Rezk, literalmente, arrebentava
de idéias novas, eu lhe disse que seria necessário
que organizássemos um grupo para que ele expusesse
essas idéias de forma organizada e paciente. Minha
sensação era a de que ele corria o risco de
ser acometido até mesmo de um enfarte, tal o fervilhar
de novos conceitos e articulações que atravessavam
seu cérebro privilegiado.
Foi
assim que lhe fiz um desafio: convidei-o para dar um curso
no InterPsic, propondo-me a organizar um grupo de alunos
para com ele aprender e dialogar.
Dei-lhe um mote provocativo: A partir de Marx, com Marx
e para além de Marx.
Durante
quase dois anos nos encontramos quinzenalmente para ouvir
as aulas de Rezk, que eram sempre sucedidas de um debate,
muitas vezes intenso, mas sempre afetuoso. Foram momentos
privilegiados.
Registramos
estes encontros em vídeo, sendo que algumas dessas
aulas estão já editadas em DVD e também
acessíveis on line em nosso site. Ao par
disso, Rezk ia escrevendo seu livro, ainda inédito,
que revisaremos, a seu pedido, com o maior cuidado, para
ser publicado. Suas palestras eram o espaço de interlocução
necessário para a produção de seu texto,
sendo que, algumas vezes, trazia para nós o rascunho
de seus capítulos como material de estudo e debate.
Nestes
nossos encontros, muitas vezes Rezk se fazia acompanhar
de D. Elza, sua esposa, mulher forte que lhe deu inconteste
suporte, e que aqui também deve ser lembrada e homenageada
como legítima co-autora de sua vida e de sua obra.
Por
tudo isso, Rezk foi, para nós do InterPsic, nosso
mestre. E a homenagem que lhe prestamos é, portanto,
mais do que justa.
Se
há alguma transcendência a que podemos aspirar
como seres humanos, é esta que, de Rezk, fica aqui
gravada: o pensamento vivo de um homem intelectual e ideologicamente
irrequieto e rebelde, humanisticamente insurgente pelo advento
de uma nova Civilização.
Luiz
Gonzaga Beluzzo
economista e escritor
Conheci Antonio Rezk nos anos 70, ainda vereador. Naqueles
tempos de milagre econômico, a supremacia do “prá
frente Brasil” e a violência da repressão
desafiavam os que tentavam resistir nos espaços restritos
da política.
Muitos no MDB, desalentados e impotentes, flertavam com
a idéia de auto-dissolução, enquanto
uma parte da esquerda defendia o voto nulo.
Rezk, em reunião do MDB na Câmara Municipal
– se a memória não me atraiçoa
- atacou com veemência a proposta de auto-dissolução.
Voto nulo, nem pensar.
As duas atitudes, dizia, iriam reforçar, com uma
avalanche de votos a favor, a legitimidade do regime de
força.
A eleição de 1974 daria razão aos que
insistiram em escolher a política como a arena apropriada
para o bom combate. Desde então, a despeito do recrudescimento
da repressão em 1975 e das tentativas de retrocesso,
a rejeição ao regime ganhou os corações
e as mentes.
A Campanha das Diretas foi a última etapa de um movimento
inesquecível de esclarecimento público e de
arregimentação democrática. Topei com
o Rezk no comício de São Paulo. Enquanto não
chegavam as lideranças, Ulisses, Montoro, Lula, o
nosso Osmar Santos animava o povão. Rezk estava eufórico,
mas não esqueceu daquela tarde e noite na Câmara
Municipal: “ você lembra da turma do voto nulo
e da auto-dissolução?”
Como era de seu estilo, falava sem arrogância ou pretensão
de condenar moralmente os companheiros que se equivocaram.
Sua alma era política: acreditava na ação
coletiva, fugia dos maniqueísmos e dos dogmatismos.
Jamais renegou a utopia dos socialistas, ou seja, a busca
da autonomia e da liberdade do indivíduo numa sociedade
igualitária.
Depois do colapso do “socialismo real”, recusou-se
a abandonar o barco, “dar adeus a tudo aquilo”
e bandear-se para os confortos dos dogmas da ideologia mercadista.
Compreendeu, sempre a partir de uma perspectiva histórica,
a urgência da crítica implacável e da
reconstrução de um projeto democrático
capaz de garantir a igualdade política, social e
econômica.
Sem fugas, nem autocomplacência.
Com esperança e alegria.
Fábio
Lucas
professor e ensaista
Antonio Rezk foi personalidade rara do nosso país.
Político exemplar em certa fase da vida, dedicou
o restante de sua existência a criar organismos de
reflexão política e econômica sobre
o Brasil, além de aglutinar em torno de si, intelectuais
e escritores interessados na redenção do país.
Tudo com espírito crítico e generosa dedicação
aos outros.
Escreveu A Revolução do Homem, notável
trabalho de antropologia política, tentando encontrar
caminhos mais humanos para o processo produtivo que, baseado
nas máquinas, na informátia e na robótica,
dispensa mão-de-obra e, não raro, destrói
as fontes de matéria prima.
Humanismo democrático é a sua expressão-chave,
sua proposta para o novo mundo.
Sua morte abriu um vazio muito grande no cenário
brasileiro e deixou-nos, todos os seus amigos, na maior
desolação.
Estão em plena atividade as entidades a que ele se
entregou com devoção: o MHD – Movimento
Humanismo e Democracia, o IPSO – Instituto de Projetos
Sociais e Tecnológicos e a UBE – União
Brasileira de Escritores, que pretendem realizar ato público
de evocação da memória do grande homem
público que foi Antonio Rezk.
Luiz
Alberto de Vianna Moniz Bandeira historiador
e escritor
Antônio Rezk foi um dos pensadores mais livres e lúcidos
que conheci, ultimamente, e com ele me identifiquei durante
a nossa convivência.
Apesar de haver pertencido ao Partido Comunista Brasileiro,
ele nunca aceitou dogmas nem transformou o marxismo em religião.
Soube pensar a esquerda fora de todos os esquemas e sistemas,
como um homem extremamente inteligente, culto e esclarecido.
Repugnava-lhe o espírito de seita. Não era
propriamente um militante, para o qual a fé supera
a razão.
Era humanista e humano, um homem bom, afável, cordial.
Tinha por ele grande amizade e fiquei abalado quando soube
do seu súbito desaparecimento. Senti um vazio ao
meu redor.
Sua ausência produz um enorme vácuo entre os
pensadores brasileiros.
Carlos
Frydman,
escritor e poeta
Antonio Rezk,
Um legado e uma bússola para o
prosseguimento da travessia.
Cairíamos
na total orfandade, caso os legados éticos e ideológicos
não fossem referendados numa atuação
exemplar do companheiro Antonio Rezk. Foram poucos os que,
no decorrer da existência, souberam manter uma harmonia
objetiva e consistente, somando concepções
e atos, revelando um ideário assumido até
as últimas conseqüências. Essa moldagem
forjada em seus 72 anos de existência é o grande
legado que nos norteia para darmos prosseguimento na travessia
que o exemplo de Rezk nos estimula. Portanto, a orfandade
não é absoluta. Fica a saudade, mas a memória
é indelével. E, é indelével,
pois ele nos aproximou num coletivo pensante e atuante.
Quem teve a ventura de participar do ciclo de palestras
de Antonio Rezk realizadas no InterPsic (instituto especializado
em psicologia social de orientação psicanalítica)
sob o titulo: A partir de Marx, com Marx, para além
de Marx, perceberia que Rezk tinha plena consciência
do que estamos afirmando: “O coletivo com sua força
imperativa, interfere a todo momento na construção
da vida psíquica, na moldagem das identidades. Ao
mesmo tempo é através de nossa práxis
individual que interagimos com os outros seres humanos,
e damos dimensão Histórica, do ponto de vista
coletivo, às nossas condutas individuais”.
Porém, o que nos afeta é saber que a morte
é sempre prematura quando sabemos que ao prosseguirmos
a travessia faltará uma voz, embora a força
ética e o fervor dos ideais nos impulsionarão
com a clareza que nos legou.
Nossa orfandade é suposta. Um Paradigma não
morre nem se mata.
É no Paradigma que mora o grande exemplo ativo de
Rezk. Ele provou que ninguém se credencia eticamente
propalando concepções, mesmo as mais humanas.
Mesmo porque as grandes barbáries foram praticadas
em nome de éticas humanísticas: trezentos
e cinqüenta anos de inquisição, a mortandade
de cinqüenta e dois milhões de seres humanos
na segunda guerra mundial em nome do Nacional Socialismo
(hoje, proporcionalmente, seriam trezentos milhões),
trinta milhões de comunistas assassinados na era
stalinista em nome de uma ideologia. No Brasil, o mesmo
ocorreu em nome da democracia, no golpe de 1964, com a participação
comprovada da CIA e, agora, em nome da ética, do
fome zero e da justiça, estamos assistindo à
maior corrupção das corrupções
de nossa Historia: uma festa insaciável para banqueiros
e corruptos para garantir a “governabilidade”.
E tudo acontece sob os crucifixos que pendem do alto do
Senado e da Câmara Federal. Portanto, há tempos
em que a religiosidade nem sempre é compatível
com a ética.
“Em seus primeiros escritos, Marx parece acreditar
que já não haverá uma moralidade que
prescreva normas de comportamento para os indivíduos.
Assim, escreve, concordando com Helvetios e os materialistas
franceses: Se o interesse pessoal esclarecido é o
principio de toda moral, é necessário que
o interesse privado de cada pessoa coincida com interesse
geral da humanidade. (...). Se o homem é formado
pelas circunstâncias, estas devem ser formadas humanamente
(A Sagrada Família)”. Este trecho foi extraído
do Dicionário do Pensamento Marxista. E como é
atual!
Em torno de uma ética imanente em Antonio Rezk e
nos companheiros que com ele conjugavam, sempre tiveram
como fulcro a emancipação da humanidade. Marx
dizia que o grande dever ético é “abreviar
o parto duma nova sociedade”.
É com esta bússola de Marx e o legado ético-atuante
de Antonio Rezk que a travessia será possível.
Fábio
Metzger
jornalista e
cientista social
Momento
de Tristeza e de Reflexão
Para
Antonio Rezk
(in Memorian)
Faleceu um amigo,
um pedaço meu se vai.
Mas o que sobra de mim
ao tocar a vida adiante ?
É
nessas horas
que começo a me lembrar
dos sonhos dele
e de meus sonhos, também.
Ele
estava por acabar
um livro que estava escrevendo
e me pedia para fazer pesquisas,
para outro livro
que estava por começar.
Eu,
amigo leal, e aluno fiel
vivia o projeto,
junto com os sonhos
de quem viu um muro de falsidades ruir,
mas que nem por isso se deixou levar
pelo cinismo dos oportunistas.
Estava
encarando o mundo de hoje, de frente
como um homem que cresce.
Diante dos fatos,
sem perder a humildade
de quem sabe
que a História e o tempo são senhora e senhor
de tudo
e que se há bárbaros
não serão eles que prevalecerão.
Agora os sinos dobram por ele,
Como dobrarão por mim,
num certo dia, lá adiante
no tempo, na História,
mostrando quão frágeis somos
diante de nossos fugazes movimentos,
sonhos, realidades
e realizações.
Mas será que não é isso
que faz a vida tão especial?
A ponto de fazer de nós
personagens nobres de um momento ordinário?
Não
é com isso
que, de momento em momento,
nos reconstruímos,
para que possamos nos reeducar
permanentemente?
Juntando o que nos resta
do que perdemos
e agregando a tudo que já conquistamos
a fim de que algo novo esteja por surgir.
Que nesse momento de tristeza,
e de reflexão
fique a memória do amigo
e junto com ela, as alternativas
de quem sabe
que há muito o que se fazer,
para cada passo que é dado,
em novos e esperançosos rumos.
Clique
nos links para ler os textos de
homenagem a Rezk de autoria de:
Fui aluno do professor Antonio Rezk,no Colégio de Vila Gustavo, por volta de 1966. Nunca me esqueci das aulas do Professor e mantenedor do colégio. Hoje procurando algo na internet, achei essa homenagem e não deixaria de dar a minha nota 10.
Foi um aprendizado ter conhecido e convivido com Antonio Rezk. Sua história publicamente reconhecida de ilibada reputação, idealismo e luta marcou sua passagem entre nós. Merece sinceramente todo o meu respeito e principalmente daqueles que o conheceram e não o respeitaram em vida.
Foi um aprendizado ter conhecido e convivido com Antonio Rezk. Sua história publicamente reconhecida de ilibada reputação, idealismo e luta marcou sua passagem entre nós. Merece sinceramente todo o meu respeito e principalmente r daqueles que o conheceram e não o respeitaram em vida.
Meus profundos sentimentos pelo falecimento de Antonio Rezk. Pouco o conheci pessoalmente mas acompanhei sua carreira politica de um homem integro honesto e capaz. Tambem como professor perdemos os ensinamentos de um mestre em sua area de atuação Meus sinceros pesames á familia.
Trabalhei para o Senhor Antonio Rezk, por mais de 2 anos, depois que sai perdi o contato com a família, mas como pessoas especiais a gente nunca esquece sempre me lembrava e por um a caso hoje resolvi pesquisar seu nome na net pra tentar um reencontro com a família, infelismente me deparei com a notícia de seu falecimento recentimente quando vi a foto dele cai em lágrimas o Sr. Antonio Rezk, era uma pessoa maravilhosa sempre de bom humor, soridente em fim estava sempre de bem com a vida Eu, não poderia deixar de prestar minha homenagem à esse grande homem. E à família Dona Elza, Marcelo, Claudio e Adriano meus sentimentos atrazado, mas do fundo do coração saudades saudades!!!!! Maria de Novaes
Ainda bebo de um cálice amargo, sorvendo a dor em tragos difíceis de engolir. A cada gole o peito arde e a cabeça parece explodir. A ressaca com certeza será grande. Em alguns momentos penso que vou perder os sentidos pois o chão me falta. Ouço então vozes que me chamam para a vida e lembranças começam a tomar o lugar de tamanho desespero. E eu, que estava prestes a cair, me levanto, apoiado nos braços amigos da solidariedade.
Quero, em nome da família, agradecer aos amigos(as) e parentes que aqui prestaram homenagens a meu pai. Obrigado a todos que evocam e que venham a evocar no futuro sua lembrança como exemplo de homem e de cidadão.
Quero agradecer também a todos do InterPsic e, em especial, ao Professor Marco Aurélio, mentor desta homenagem.
Se a morte é uma passagem, tenho certeza que meu querido pai fez, apesar de sua simplicidade e desprendimento, sua travessia de primeira classe, amparado nos braços da família e dos amigos que ele tanto prezava.
E, se Deus existe Ele já deve estar preocupado, pois chegou alguém por lá que vai querer discutir algum modo de apressar mudanças que tornem esta Terra mais justa e humana.
Encerro este agradecimento com uma frase de meu pai, que diz: "Os meus amigos, até por serem meus amigos, hão de louvar a minha inteligência e tolerar a minha ignorância; Já os meus inimigos irão explicitar a minha ignorância e denegrir a minha inteligência." Antonio Rezk
Adriano Antonio Chaim Rezk
Arlete Curi de Barros
Domingo, 18 de Setembro de 2005
Toninho é como nós o chamávamos, nosso primo querido. Amoroso, sensível, alegre, caridoso e uma figura singela dentro de um grande ser humano, com um espírito bastante elevado, a fim mesmo de cumprir a missão que lhe foi designada na Terra, e o fez com muita galhardia e honradez. Quis Deus que além de pai, esposo, companheiro, parente e amigo, você fosse um homem público, admirado e respeitado até por seus opositores, legando uma vida política exemplar, mostrando a toda a sociedade brasileira que não é preciso se corromper e nem usar de meios excusos para trabalhar em prol dos menos favorecidos. Que esse sábio exemplo se alastre como um rastilho de pólvora por esse imenso país. À você Elsa, querida prima, posso repetir o que sempre se diz: "Atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher". Por isso, o Toninho conseguiu realizar todos os seus feitos. Aos seus filhos, meu abraço carinhoso. Às primas, Terezinha e Odete, um beijo em seus corações. Toninho, a saudade é grande, mas se torna pequena diante de tudo o que você fez aqui. Que brilhe a luz divina em sua vida espiritual. Sua prima professora Arlete Curi de Barros, Ribeirão Preto-São Paulo, 18 de setembro de 2005.
Muita saudade do Antonio Rezk, notável companheiro, grande amigo. A D. Elza e demais familiares do querido Rezk, os pêsames do Pedro A. de Azevedo Marques. Ribeirão Preto
Não vou falar do homem político,mas sim do primo:amável,carinhoso,prestativo,honestíssimo,inteligente e culto, que sempre ao estarmos juntos nos proporcionava momentos muito agradaveis, com muita sabedoria e paz.A Elza que também é minha prima e aos seus filhos e netos, como tmbém à Terezinha e Odete meus mais sinceros sentimentos.A SAUDADE é grande, mas um dia nos entraremos.
Nossos siceros sentimentos pela perda deste grande homem, o qual aparedemos a amar por suas atitudes. Exemplo sempre citado por nosso pai Bechara Khouri. Que Deus abençoe a todos voces.
Valeria Della Villa Fata
Segunda-feira, 05 de Setembro de 2005
Deixo aqui minha homenagem singela, a um grande homem, que tive a imensa oportunidade de conhecer. Um pai dedicado, um avó extremamente presente,um grande tio e principalmente um grande amigo. Agradeço a DEUS, por colocar pessoas maravilhosas como ele, em meu caminho.
Manifesto aqui meu profundo sentimento de tristeza pela morte do nosso Resk. Tal tristeza, entretanto, não dá lugar para a melancolia.
Não fora por outra coisa, será pelo exemplo que ele deu na sua vida.
Eu o conheci relativamente há pouco tempo, quando da fundação do IPSO-MG, do qual ele foi dos mais entusiasmados participantes.
Resk tinha uma característica que poucas pessoas têm, a capacidade de aliar o
entusiasmo do idealista puro, à maturidade do sujeito que sabe ouvir. A
firmeza das convicções não o impedia de respeitar o discurso do outro.
Muitas vezes, até, estar ao lado do outro...
A morte do Resk conduz à pulsão de vida. Sua imagem fica pairando sobre nós, e para honrá-lo, continuamos a lutar pela mesma 'erotica': fazer da vida uma luta para melhorar outras vidas.....
Foi com imensa tristeza que tomei conhecimento do falecimento do ex-deputado Antônio Rezk no dia 12 de agosto. Político de participação ativa - desempenhou cargos executivo com total brilhantismo, além de ter sido secretário da Fazenda de Osasco por dois anos e diretor administrativo e financeiro da Fundação SEAD. Professor amigo, Antonio Rezk - formado em estudos sociais, autor de várias obras que destaco entre outras "A cidade" (1989) e "A revolução do homem" (2002); fundou, em 1992, juntamente com um grupo de intelectuais de São Paulo, do MHD - Movimento Humanismo e Democracia, do qual era o coordenador nacional. Também foi um dos fundadores do IPSO - Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos, que presidia. Era também vice-presidente da UBE - União Brasileira de Escritores e do Instituto Astrogildo Pereira, além de membro do conselho editorial da revista "Novos Rumos". Portador de toda essa bagagem de conhecimento e sabedoria, não vejo nenhuma necessidade de mencionar a falta que esse guerreiro está fazendo para nós. Deixo aqui minha homenagem póstuma a esse GRANDE HOMEM. Meiry Bacelar Ferreira Colunista Social do Jornal O Anápolis
Há muitos anos, em 1950, meu pai, Bechara El Khouri, tio de Antonio Rezk, confidenciou-me que na sua chegada à São Paulo, foi recepcionado pelos pais de Antoninho (como eu o conhecia), que ofereceram hospedagem em sua casa, com um detalhe: deram "o quarto deles" para meu pai e minha mãe, enquanto os donos da casa dormiam na sala... Só esta atitude, serve para mostrar a linhagem da família de onde Antonio Rezk veio. Para mim, foi exemplo de vida e admiração. Difícil é a perda de alguém tão importante e querido. Porém, quando a semente é boa germina, produz bons frutos, e deixa sempre a expectativa de boas colheitas.
OBRIGADO QUERIDO ANTONINHO. Por mim e por todos que te reconhecem como líder e bom fruto.
Foi um privilégio conviver com essa pessoa especial que foi Antonio Rezk. Nos sábados de manhã, quando o grupo se realizava, podíamos compartilhar o vasto conhecimento e a experiência de vida ímpar que ele generosamente oferecia. Saíamos dessas reuniões nos sentindo mais inteligentes. É com muita tristeza que sofremos a sua ausência.Teríamos ainda muito a aprender com ele... Saudades.
Quero expressar meu profundo pesar pelo falecimento do Prof. Rezk. Apesar de não conhece-lo conheço sua obra "A Revolucão do Homem"...Pois é sempre uma perda muito grande a morte de um gênio...
Rezk. Transmito à você a minha admiração pela sua consciência clara e objetiva do Brasil e a sua lisura e convicção persistente no trato de nossos imensos problemas nacionais. Ainda que divergentes em muitas concepções sobre as soluções para esse enorme e complexo campo de questões e com convicções ideológicas, muitas vezes confrontantes, deixo à você meu respeito e meu abraço fraterno. Você é um brasileiro que deve, sem dúvida, acreditar no Brasil acima de tudo! Porisso, é sempre um privilégio o diálogo com você! Adalto Luiz Lupi Barreiros Coronel Reformado do Exército Brasileiro
Antônio Rezk foi, e é, perpetuado em sua obra, um ser especial. Um homem que supera avaliações pessoais. Quem teve o prazer de conhecê-lo, se recorda muito mais do ser humano marcante, exemplo de dignidade e ética, tão em falta em nossos tempos. A recordação que tenho do Rezk é de ter sido meu grande mestre político. Ainda menino militei e convivi com ele, eu ainda um neófito na esquerda. Foi com ele que aprendi a fazer a boa política. Aquela que é praticada por cada vez mais raras pessoas. Rezk era um ser político que poderia ter tido uma carreira meteórica, não fosse a condição ética de ter-se assumido comunista, em tempos ainda de ditadura. Sacrificou-se pela ideologia, não se reelegendo mais no recém legalizado PCB. Foi um guerreiro que até o final da vida foi coerente com aquilo que pensava: poucos são os exemplos de vida política nesse sentido nos novos tempos de "mensalão". Recentemente veio me visitar em Goiânia e participou do Roda Viva local, com eletrizante entusiasmo. Tenho este material inédito gravado em fita vhs. Pude constatar que ele não perdeu a garra e nem mesmo a esperança que sempre brilhou em seus olhos. Uma obra a ser revista e ampliada por nós, seus apredizes. Tenho certeza que os últimos livros são clássicos. Um homem que deixou uma enorme contribuição, marca ainda por sentir por muito tempo.
Terezinha L. Tude de Souza
Segunda-feira, 22 de Agosto de 2005
Um grande homem, senhor de suas convicções e por certo uma grande perda da consciência coletiva. Saudades eternas de alguém que muito admirou sua trajetória, mesmo ao longe.
Conheci o Dr. Antonio Rezk quando das reuniões que promovia no restaurante "A Toca", na década de 80, já preocupado em pensar uma alternativa humanista nas transformações sócio-globais que se aceleravam. Mais recentemente, participei de um curso dado pelo Prof. Rezk no InterPsic. Por dois anos, quinzenalmente aos sábados, nos reuníamos para ouvi-lo transitar com desenvoltura e leveza pela história da civilização do homem. Pude então conviver com seu bom humor e densidade de conhecimento que generosamente colocava à disposição de todos, chamando-nos para um esforço conjunto de pensar percursos para uma sociedade humanista. Acolhido como um amigo, participei desse esforço, orientado por seus conhecimentos e dúvidas frente as encruzilhadas desse percurso. Sim, minha convivência com Rezk seguiu o caminho de seu humanismo: conheci-o Dr.,respeitei-o como professor e senti-o como caro amigo. Com sua morte perdemos todos. Perdemos um honesto e persistente investigador da realidade social. Um profundo pensador humanista. Um generoso e caro amigo. Ficaram suas lições.
Um grande brasileiro, um grande amigo. Nunca deixou de lutar por um Brasil mais justo, mais humano. Sempre será um exemplo para nós. A família tem muito do que se orgulhar. Os amigos tem exemplo a seguir. Todos lamentamos, mas tivemos o privilégio de com ele conviver.
Grato por sua mensagem, pela qual indiretamente soube do falecimento do Prof. Antônio Rezk, com quem eu costumava intercambiar artigos nossos e de terceiros, bem como comentários.
Rezk foi dos que justificou o título de professor, espalhando idéias e conhecimentos importantes, de que o Brasil está enormemente necessitado para deixar de ser a zona de exploração mais espoliada do Mundo e transformar-se num País, capaz de usar seu magnífico potencial em favor de seu Povo.
Rezk poderá não estar fisicamente mais entre nós, mas seus trabalhos farão com que ele permaneça contribuindo para o pensamento e para a ação, ambos urgentes e indispensáveis. É fundamental que outros se preparem para, no mesmo plano, se possível, intensificar e ampliar o debate das reais questões nacionais.
A contragosto retirarei o e-mail de Rezk da minha lista, mas terei prazer em nela inserir outros nomes e endereços dos que estejam dispostos a participar do combate que temos de enfrentar, para que nosso País deixe de ser a republiqueta de 5ª categoria em que foi transformado sob regras democráticas cada vez menos aplicadas e cada vez mais viciadas, dirigidas pelo poder financeiro e econômico concentrado.
Lamento conhecer do falecimento do Prof Resk. Aprendi coisas importantes com ele. Meus sentimentos à família e aos amigos do InterPsic Alcides Casado de Oliveira
Conheci Antonio Rezk
em 1979, dias após a Anistia aos presos, banidos e exilados politicos
em Sao Paulo, numa reuniao do extinto PCB, eu um jovem estudante vindo
das Alagoas. A sua fala mansa, pausada e inteligente me enfeitiçou. Era
um contra-ponto aos estridentes oradores que até então eu conhecia - os
comunistas são afeitos a esse tipo de comportamento -, acredito que fazia
parte da formacão política dos agitadores de então. Rezk, não.
Era de temperamento calmo, sereno, sem nunca deixar de ser consequente
na defesa de suas posicões políticas, com mandato ou sem mandato parlamentar,
como cidadão comum, como nós e milhões de brasileiros. Essa foi a primeira
impressão que o velho comunista me deixou.
Quando nos deparamos com tantos ex-comunistas a serviço do capital, renegando
o passado de lutas em favor dos trabalhadores e dos oprimidos em nosso
país, o camarada Rezk era um exemplo oposto de comunista que exerceu mandatos
parlamentares e sempre se comportou com a maior dignidade possível. Esse,
creio, foi o seu maior exemplo, orgulho de tantos quantos o conheceram
e com ele conviveram. Os seus eleitores tiveram a certeza de que jamais
o vereador, o deputado estadual Antonio Rezk deixou de representá-los
com dignidade e honestidade.
Geraldo de Majella
Quero expressar meu profundo pesar pelo falecimento do Prof. Rezk. Quando da preparacao de sua obra "A Revolucao do Homem", encontrei-me com ele num cafe da Praca Benedito Calixto, numa tarde da primavera de 2001. Na oportunidade, ele me mostrou alguns calculos algebricos que propunha em conexao com o tema daquele livro. Fiz alguns comentarios relativos a sua estrutura. Ele nao tomou nenhuma nota. Para meu espanto, a edicao final era fidelissima as minhas observacoes. A despeito de minha breve convivencia com ele, sinto-me honrado por haver conhecido um homem tao perspicaz.
Aos familiares, minha homenagem.
Lo conocí a Antonio
y su mujer en nuestro último viaje a San Paulo, luego que viajar a Buenos
Aires Carlos Seabra acompañado de su señora. Fue Carlos quien me acercó
el libro de Antonio "A revolucao do homem" que lo leí en un santiamén.
La conclusión que saqué fue que Antonio era un pensador y militante "no
conformista". Y eso nos unió en profundidad, más allá de las particularidades
de nuestras posturas en nuestros respectivos países. Después el trato
personal en Sao Paulo me convenció, y nos convenció a los miembros de
la CGT Argentina y del CEES, que se trataba de un compañero de luchas
e ideales. La natural resistencia de un argentino respecto de un brasileño
y viceversa, se disovía, ante un Antonio Rezk que sobrevolaba sobre las
diferencias. A él le podremos aplicar el viejo adagio latino: aquila non
capit mouscas (el águila no caza moscas).
Alberto Buela
Não é fácil escrever
algo importante para um amigo que se foi, se não o fizemos ainda em vida.
Mas não custa tentar dizer agora quanta falta fará o velho Rezk, companheiro
de muitas jornadas de luta e de esperança por uma humanidade melhor. O
tempo de luta pela instauração da democracia no País, o tempo da ilusão
de se fazer do PCB uma partido do socialismo, o tempo de buscar novas
alternativas e de se debruçar em estudos e hipóteses ousadas, todo esse
tempo que fez parte da nossa existência e que fez com que a vida de Rezk,
o seu bom humor, a sua mente criativa e crítica continue a nos fazer companhia.
Um abraço farterno a todos os companheiros dessa jornada comum.
Marcos Del Roio
Os sábados dos encontros,
no InterPsic, com o prof. Antônio Rezk foram muito felizes. Eu adorava
vê-lo chegar sempre calmo, sorridente. Conversas bem humoradas e amigas
antecediam suas brilhantes palestras de idéias claras e articuladas com
otimismo e esperança. Quando terminou o ciclo senti um grande vazio que
imaginava ser logo preenchido com novos encontros. Gostaria muito de tê-lo
conhecido antes. Vou procurá-lo entre seus seguidores e amigos e estarei
sempre atenta aos seus ensinamentos. Mando um abraço para a querida Elsa,
seus filhos e netos.
Convivi pouco com
o Rezk, apenas nos últimos dois anos. Muito sobre ele estou sabendo
agora, pelas mensagens aqui deixadas. A pergunta que me vem, neste momento,
é o que me encantava nele?
Muitas respostas surgem dentro de mim, em atropelo. A mais forte é,
no entanto, o respeito a diversidade. A imensa capacidade de falar de
suas idéias e convicções me levando a refletir sobre
elas, sem atacar as minhas. Sem agressão. Aí ele era fera!
Desarmava qualquer sistema de defesa e me fazia navegar pelo fantástico
mar onde é possível olhar o mundo com outros olhos e refletir
a vida a partir de outras idéias. Pensava junto. Construia suas
idéias a partir do que o grupo colocava. Pensava junto e me fazia
acreditar que também eu era uma historiadora pensante, ali envolvida
com as análises da realidade do mundo e do social.
Impossível pensar sobre suas idéias e manter as minhas anteriores.
O total desconpromisso com qualquer dogma fazia dele um pensador livre.
Talvez o mais livre que eu já conheci.
Sentirei sua falta.
Quero compartilhar
com todos os amigos minha profunda tristeza pelo falecimento do Rezk,
homem atento e singular.
Durante dois anos consecutivos, aos sábados no InterPsic, o encontrávamos
para ouvir suas idéias e acompanhar seu pensamento a respeito da
natureza da natureza do processo civilizatório.
À D. Elza, filhos e netos, nossa homenagem pela sustentação
e inesgotável presença na vida deste homem de olhos bondosos
e sorriso constante .