
(conversa + aprendizagem) |
Leia
o comentário de
Carlos Relva
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Filosofia
(e Psicologia)
do
Mundo Contemporâneo
e do
Cotidiano do Sujeito
Teoria e prática do humanismo possível
a partir do
materialismo histórico e dialético, e da psicanálise
A proposta:
Subverter
a abordagem da contradição: Mundo-Sujeito, ao modo das
ciências sociais, e não Sujeito-Mundo, como na tradição
da psicologia. Partindo da indagação concreta do mundo
contemporâneo - com seus paradoxos e situações
limites -, investigar, questionar, convergir perspectivas, explicitar
determinações do sujeito e de seu cotidiano neste contexto:
esta é a idéia, no seu sentido mais geral.
Fazer
isto através da troca, do estímulo mútuo, da
construção de vínculos sustentados numa perspectiva
de liberdade: conversagem = conversa + aprendizagem.
O fundamental
é a interatividade que nos estimula, uns aos outros, a pensar
com nossos próprios botões, a dialetizar, a descobrir
outras implicações e aberturas, e expressá-las
com a própria boca e a própria pena (lápis, pincel,
câmera, instrumento musical ...).
Interatividade
que não discrimina a relação presencial da virtual:
recursos de WebTV e Sala de Chat sempre disponíveis em nossas
atividades, tanto para quem comparece fisicamente como para os que,
motivados a se juntar a nós, estão em outros pontos
geográficos do planeta.
Consistência
com direção filosófica bem definida: enfoque
humanista alicerçado no materialismo histórico e dialético,
complementado pela contribuição da psicanálise
para a compreensão do ser humano.
Dessacralizar
o conhecimento, já que o pensar é livre e se opõe
a cultos, dogmas, castas sacerdotais, imposições de
submissão transferencial de qualquer natureza. O conhecimento
nunca é definitivo: a cada passo, descortina, de novo, o novo,
e desemboca em nova indagação.
Responder
a necessidades de quem é consciente do momento singular que
a humanidade atravessa. Mais que isso: de quem, imerso nas contradições
atuais, se compromete com a abertura de novas trilhas para a civilização
e a humanidade. Necessidade que é também direito de
perguntar, investigar, pensar, sem qualquer requisito prévio
que não o de ser pessoa humana, datada e situada neste início
de milênio.
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Atividades incluídas:
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O projeto compõe-se de um conjunto de atividades e eventos
que se articulam e convergem na direção da proposta:
Nucleação
teórica:
- Conversas
de Quinta Feira:
Mundo
e Sujeito Contemporâneos
Encontros
semanais todas as quintas-feiras, das 19:45 às 22:00 hs, coordenados
por Marco Aurélio
F. Velloso, iniciado por uma palestra vinculada ao tema central
seguida de reunião de grupo operativo de elaboração.
Cursos
de breve duração para aprofundar questões relacionadas
a temas trabalhados na nucleação teórica que,
por sua importância e consistência temática, mereçam
ser tratados de forma autônoma.
São dois os cursos monográficos em preparação
neste momento (programa e datas a serem oportunamente divulgados):
- Epistemologia
do conhecimento científico
A ser ministrado pelo físico
Francisco Eugênio da Silveira.
- Narrativas
ideológicas e processo civilizatório
A ser ministrado pelo cientista social e jornalista
Fábio Metzger
Grupos
de estudo e de capacitação instrumental:
Destinados
à complementação da instrumentalização
acadêmica e profissional.
- Curso
de capacitação de observadores operativos de grupos
Para
treinar e capacitar para a observação de grupos, fundamentalmente
sustentado nas técnicas dos grupos operativos.
Com duração de um ano, pressupõe a participação
prévia por um período mínimo de um ano e meio
nas Conversas de quinta-feira (e continuidade concomitante nessa participação),
e que o participante esteja se submetendo a psicoterapia de orientação
analítica.
- Curso
de capacitação de coordenadores operativos de grupos
Destinado
a treinar e capacitar para a coordenação de grupos e
a intervenção psicossocial em instituições,
comunidades ou ambientes virtuais, também sustentado nas técnicas
dos grupos operativos.
Duração de um ano, pressupondo prévia conclusão
do Curso de capacitação de observadores, a continuidade
de participação nas Conversas de quinta-feira e que
o participante continue em processo de psicoterapia de orientação
analítica.
- Grupo
de supervisão na elaboração de monografias e
trabalhos acadêmicos
ATENÇÃO:
—> A
partir de agosto de 2.005, suspendemos o
desenvolvimento deste projeto.
consulte
Esclarecimentos
Atividades
de agregação:
Atividades
culturais e científicas, ou comemorativas de efemérides
especiais, com o objetivo de congregar as pessoas vinculadas às
diversas atividades em desenvolvimento no InterPsic, e, também,
oferecer a interessados em se aproximar de nossa instituição
a oportunidade de nos conhecer, participando de nossas atividades.
Trata-se
de uma atividade que já se tornou tradicional entre nós:
exibimos um filme com conteúdo de algum modo relacionado aos
temas em debate em nossas diversas atividades, após o que realizamos
uma discussão de grupo. O objetivo não é discutir
cinema: é, a partir da temática do filme, trocar idéias
sobre questões relacionadas ao Mundo e Sujeito Contemporâneos.
Atividades
promovidas sem periodicidade definida, destinadas à abordagem
de um tema específico, à homenagem de pessoas especiais,
aproximação de visitantes com nosso público.
Têm a duração de três ou quatro horas, realizadas
no período de uma manhã, uma tarde ou uma noite.
- Experiência
acumulativa de grupos operativos
Seminários
com duração de dois dias, destinados à apresentação
e à vivência dos conceitos básicos e das técnicas
dos grupos operativos. São promovidos uma ou duas vezes por
ano e realizados em uma sexta-feira e um sábado.
Projeto
Caleidoscópio:
testemunhos vívidos
narrativas vividas
O Interpsic
está produzindo uma série de programas de vídeo
em DVD, reunindo pessoas que são convidadas a narrar suas experiências
de vida. O objetivo do projeto é, em primeiro lugar, o de acompanhar
os desdobramentos históricos de situações constituintes
de ideologias comprometidas com a mudança e o enfrentamento
dos paradoxos do Mundo Contemporâneo. O segundo, é o
de registrar a memória viva dessas narrativas.
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Conceitos
de retribuição e sustentabilidade
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Indagar sobre o mundo contemporâneo, investigar o humanismo
possível na sociabilidade entre sujeitos frente à ruptura
civilizatória que vivemos exige, inevitavelmente, questionar
o sentido das mediações presentes nas relações
cotidianas entre seres humanos.
O valor-fetiche capitalista — moeda expropriada
da concretude das relações reais entre seres humanos
— que se propõe como critério último para
mediar as relações de troca entre sujeitos na civilização
atual (pois são vistos unicamente como atores integrantes de
um mercado cada vez mais extenso e global), é impróprio
para esta finalidade: nos tempos presentes, mais do que nunca, serve
à violência, à dominação e ao genocídio
em escala planetária.
Nosso projeto é uma proposição de tarefa na qual
todos os participantes, movidos por suas necessidades, possam se engajar.
Cada qual em um papel diferenciado, se articula com os demais, tolerando
frustrações e procurando produzir os meios possíveis
de, em parte, satisfazê-las. É na medida que a tarefa
oferece respostas realistas às necessidades dos participantes
que ela se legitima, merece ser preservada e sua continuidade deve
ser garantida: surge assim o cerne do compromisso. É do interior
desse movimento que surge a descoberta dos critérios éticos
que a presidem, do sentido radical do valor do humano que ela comporta:
olho no olho, entre sujeitos concretos, situados e relacionados, transpassados,
ao mesmo tempo e a cada momento, por frustrações e satisfações.
A ética, então, é a do comprometimento mútuo
com as condições necessárias à sustentação
dessa tarefa.
É na trama discreta desse compromisso — desprovida de
pompas e andores —, na tolerância ao entrechoque de necessidades
e frustrações, e na tentativa reiterada a todo instante
de produção de algo novo que mais uma vez frustra e
satisfaz, que a dimensão mais profunda das idéias de
retribuição e sustentabilidade surgem como mediações
necessárias para as relações de sociabilidade
entre sujeitos.
Retribuição resulta do compromisso entre sujeitos que
no desempenho de sua tarefa comum, buscam a satisfação
de suas mútuas necessidades, tolerando ao mesmo tempo suas
frustrações.
Por isso, na conversagem (conversa + aprendizagem),
processo e produto fundamental dessa tarefa, o compromisso primeiro
é com a interação ativa, participativa, voltada
para a construção do novo. Sem fetiches no entremeio:
por isso não conferimos certificados. Não somos uma
instituição acadêmica, nem nos propomos a integrar
o sistema oficial de ensino. Não nos outorgamos poder autorizante
sobre quem se engaja na conversagem: quem certifica
a aprendizagem é o próprio sujeito que aprende, na sua
relação de mútua modificação com
o mundo em que vive.
O compromisso de retribuição pela participação
ativa é condição necessária, mas não
suficiente, para a sustentabilidade do projeto: há condições
econômicas que têm que ser encaradas com realismo.
Como sustentar um projeto desta natureza, cujas proposições
remetem a referenciais socialistas, num mundo capitalista? Como não
desgarrar do real, para terminar com os pés solidamente plantados
no ar?
Há muitos anos o InterPsic procura se pautar, nesse campo,
a partir dos dois velhos e salutares princípios socialistas:
- A
cada um segundo suas necessidades
-
De cada um segundo suas possibilidades
Na prática,
isso significa adotar duas posturas fundamentais:
- Ninguém
é excluído de nossas atividades por motivos econômicos
-
Todos devem assumir o compromisso ético de retribuir o que
recebem ao participar da tarefa contribuindo para sua sustentação,
segundo suas possibilidades
Numa
sociedade como a nossa, essa retribuição pode assumir
duas formas básicas: a do trabalho, e a do valor pecuniário,
como as duas faces, cara e coroa, da moeda.
A questão que se põe, no caso, é a de recuperarmos
o sentido humano da troca, qualquer que seja a face escolhida da moeda.
Na relação “cara”, olho no olho, prioritariamente
destinada a quem se engaja na tarefa e tem possibilidades restritas
de contribuição pecuniária, solicita-se o ingresso
em equipes de apoio com tarefas específicas, de caráter
promocional ou administrativo. Isso é equacionado caso a caso,
segundo as possibilidades de contribuição de cada um.
Na relação “coroa”, surge a inevitabilidade
dos dígitos, para expressar valores pecuniários. No
entanto, tais dígitos não podem nos remeter simplesmente
ao fetiche do valor, devem ser uma oportunidade de redescoberta do
sentido da retribuição na relação entre
pessoas, exigindo, em muitos casos, um ajuste complementar, olho no
olho, com o participante.
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Categorias
de vinculação |
Posto tudo isso, diferenciamos algumas categorias para as diversas
relações de inclusão em nossas atividades:
- Parceiros:
São
os que assumem papéis de coordenação, responsabilizando-se
pelo desenvolvimento de atividades específicas: sua contribuição
fundamental é de trabalho e podem, segundo o caso, também
contribuir pecuniariamente para a viabilização das atividades
e/ou receber retribuição por sua participação,
segundo o caso.
- Apoiadores:
São
os que se dispõem a oferecer mais do que receber para a sustentação
de nossas atividades movidos pela convicção de sua validade
e do potencial de seu significado. Em contrapartida, têm seus
nomes inscritos em nosso site e em nossos materiais de divulgação
com a explicitação dessa condição, fazem
jus a um e-mail com o domínio interpsic, e têm acesso
livre às nossas atividades.
- Apoiadores
anunciantes:
São aqueles que se dispõem a contribuir para a sustentação
de uma atividade específica ou para uma manutenção
de uma sessão de nosso site. Tem seus nomes, ou suas marcas,
evidenciadas no material de divulgação ou no cabeçalho
da página eletrônica.
- Assinantes:
São os que se vinculam a uma atividade específica, como
participantes, e retribuem o que recebem colaborando com a sustentação
da tarefa.
- Contribuintes
pontuais:
São aqueles que, interessados em um ou outro particular produto
da tarefa (programas de vídeo, textos, cd-roms, etc.), se dispõem
a contribuir em troca do recebimento do objeto ou serviço de
sua escolha.
- Estimuladores
e simpatizantes:
São aqueles que, em contato presencial ou virtual com a instituição
e suas propostas, se dispõem a estimulá-las colaborando
para sua sustentação, através de contribuições
eventuais ou regulares.
- Investidores:
São aqueles que, frente a propostas específicas elaboradas
pela instituição, se dispõem a oferecer investimento
financeiro para viabilizá-las com o objetivo de recuperá-lo
através do retorno que sejam capazes de gerar.
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